Um assunto que realmente me preocupa é a minha situação financeira. Afinal de contas, não moro em nenhum país socialista, se é que chegou a existir algum, de fato. Mas não gostaria de falar diretamente de dinheiro, e sim de realização profissional. Lembro que já cheguei a ter algumas discussões sobre a legalidade ou não do exame da OAB, com a finalidade de aprovar ou não o exercício da advocacia, e acabei por chegar em outra questão: a burocratização que a sociedade atual sofre para o preenchimento de vagas de empregos. Sendo um tanto mais específico, gostaria de citar as questões das cadeiras vistas como "desnecessárias" e comprovação de experiência, ítens vitais para a seleção no mercado de trabalho.
Eu, como um razoável autodidata e empreendedor autônomo em praticamente todos os meus empregos, me sinto seriamente injustiçado no sistema de seleção adotado pelo mercado atual. Como (quase) sempre trabalhei por conta própria, meio que não tenho como comprovar minha experiência. E nos empregos em que trabalhei para terceiros nunca tive carteira assinada. Portanto, como conclusão, não tenho como preparar uma boa proposta de "Perfil Profissional", pois não tenho nenhuma COMPROVAÇÃO de minhas habilidades. E o que vai sobrar pra mim? "O bagaço da laranja", na certa.
Pulando um pouco da área profissional para a área acadêmica, tenho outro protesto a fazer nesse texto: reclamar das cadeiras vistas como "desnecessárias" aos cursos universitários. Eu como frequentador de dois cursos, sei bem o que é isso, não só na área de Humanas, como na de Exatas. Pago matérias que nem sequer deveriam existir (concordo com a extinção da matéria de Metodologia, por exemplo: acho que todo aluno deveria ser orientado por todos os professores desde o início de seus cursos sobre normas). Nesse tópico que estou expondo agora, quero retomar a questão do exame da OAB, que ao meu ver é algo ridículo: como uma pessoa leva cerca de 5 anos para se formar, e ainda assim não pode ter o direito de exercer sua profissão? Porque que APENAS a OAB exige a aprovação em tal teste para a admissão de seus profissionais? Não seria função do mercado de trabalho selecionar seus profissionais?
Ops, voltei ao primeiro tópico. Mas quero esclarecer o meu pensamento, que creio eu deva estar um pouco misturado. Devo ressaltar que meu pensamento sobre a burocratização da seleção dos empregos deve ser banida, mas em parte. Resumindo meu pensamento, digo que existem empregos cujas habilidades só exigem talento, não títulos. E geralmente empresas perdem grandes profissionais apenas porque eles não tem participações em congressos, artigos publicados ou pós-graduações.
Gostaria de deixar sugestões para a resolução do problema, pois eu sou chato e gosto de dar palpite em tudo: porque não revisar o sistema de cadeiras nas universidades? Muitas pessoas desistem de se formar em um curso superior por verem dificuldades em horários(muitos têm de trabalhar), tempo de curso, desânimo por verem que muitas coisas que estão estudando ali não vão servir pra muita coisa, etc. Um problema que vejo no meu curso da área de Exatas (Tecnologia em Geoprocessamento): muitas pessoas têm de trabalhar pra sustentar família. Existe uma participação de pessoas de mais de 30 anos acima da média na área de tecnólogos, e o motivo é que essas pessoas precisam de uma certa urgência para se formar. A segunda sugestão é a cobrança maior de fiscalização nos cursos superiores, pois se um universitário forma-se para exercer uma profissão, não se precisaria de mais exames admissionais, exceto na área de concursos ou de pessoas sem comprovação de títulos. O certo seria deixar o mercado de trabalho selecionar os profissionais mais competentes, só que pelo visto poucos saem capacitados depois de anos enfiados em uma faculdade/universidade.
Finalizando meu texto: o aprendizado na Escola da Vida não conta, mas ele é o que melhor seleciona. Astúcia, criatividade e ambição são coisas que você não aprende a ter dentro de salas de aula.
Nenhum comentário:
Postar um comentário