quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Fechando o ciclo. E o blog.

Assim como 23 de outubro ganhou um significado especial pra mim nesse ano, 24 de outubro já tinha um significado também especial pra mim desde 4 anos atrás. Não vou negar que em ambas as datas eu iniciei namoros, quem me conhece sabe que eu me ligo muito nesse tipo de números. Portanto os assuntos desse texto são: namoros, e a causa da criação do blog.
Como o próprio nome do blog já diz, eu estava meio em crise existencial quando criei o mesmo, e a melhor forma que achei de aliviar o stress foi escrevendo. Por aqui coloquei desabafos que vinham à tona nas piores horas do meu último ano, ou até mesmo textos que despertavam a minha revolta. Mas a pior parte da minha vida não foi bem o período de funcionamento do blog, muito pelo contrário... O blog foi justamente a válvula de escape que manteve minha sanidade.
O meu pesadelo começou mesmo no dia 29 de dezembro de 2008, quando eu tive de fazer uma bateria de exames que acusaram um problema de saúde relativamente grave. A partir daí fiquei meio desnorteado, sem saber o que fazer da vida e, infelizmente no mesmo dia, tive de tomar uma das decisões mais difíceis da minha vida: encarar tal problema envolvendo meus amigos e namorada, sendo que nenhum era médico e poderia realmente me ajudar ou encarar a barra sozinho, e poupar todo mundo do baque da notícia e me poupar da pena que os outros sentiriam de mim.
Sempre achei  que tomei a decisão correta, que foi a segunda citada no parágrafo anterior, e estou tendo essa certeza depois de quase 3 anos, porém algumas atitudes minhas foram meio idiotas, e como consequência acabei por machucar uma pessoa em especial. Obtive essa certeza com o decorrer do tempo, através de alguns momentos de fraqueza em que eu deixava escapar algo e tudo o que me sobrava era dor de cabeça. A pessoal em especial era a minha namorada, que é ex-namorada desde o dia seguinte ao dia dos exames, e que por sinal ainda hoje não fala comigo por questão de mágoas passadas. Eu assumo ter culpa no cartório, pois as atitudes mais idiotas que tomei naquela época tinham ela como alvo, apesar de ser com a boa intenção, ao meu ver, de afastá-la de mim e poupá-la de possíveis notícias ruins. Eu achava que com isso eu ia fazer ela me esquecer, e pelo visto conseguí: só não tive tempo de pensar em uma forma de esquecê-la.
A partir daí começou a “crise de êgo”: eu estava me desligando de todos que gostavam de mim, inclusive de uma das pessoas que eu mais gostava, pra encarar uma guerra pela minha saúde. Só que eu fui pra essa guerra com um exército de apenas um homem: EU. E confesso que sentí vontade de voltar atrás muitas vezes, mas infelizmente eu não tinha essa opção, não mais. Durante os 5 primeiros meses de tratamento eu estava dormindo com horários regrados, minha vida social foi por água abaixo, não bebía nem fumava, tomava remédios feito um velho de 80 anos e parecía que tinha a cabeça de vidro: não podía sentir uma dor de cabeça que achava que ia morrer. Imaginem o impacto de toda essa rotina em uma pessoa que tinha uma vida social super ativa, e que era um atleta de apenas 21 anos...
O termo que dá nome ao blog surgiu após um namoro relâmpago que tive em 2009, no qual eu ainda hoje não ví sentido algum, vendo pela parte que tinha terminado um namoro por estar doente, e agora estava engatando outro pra esquecer a ex-namorada. Como podem ver, a partir daqui eu começo a me contradizer em minhas ações, e eu ainda hoje não entendí como pude ser tão idiota, NOVAMENTE e dessa vez SEM RAZÃO, usando um amor de pessoa que felizmente hoje é uma das grandes amigas que eu tenho, apenas com a finalidade egoísta de esquecer meu sentimento de culpa pelas atitudes passadas. Enfim, acho que foi óbvio que esse outro namoro não deu muito certo, e eu continuei a cometer burrada atrás de burrada...
Só que, deixando um pouco as ex-namoradas de mão, tenho dois outros aspectos que posso colocar como sintomas da tal crise: a total irresponsabilidade que desenvolví nesse período, e a falta de respeito para com as pessoas ao meu redor. Mas, para deixar você, caro leitor, um pouco mais preso ao meu blog, gostaria de dizer que falei desses motivos em outro texto postado aqui. Coloco tais motivos como determinantes para a minha “crise” pelo fato de tais carcterísticas serem totalmente o oposto do que normalmente sou, mas pra chegar a tal ponto teve um fator determinante: o tratamento médico ao qual eu estava sendo submetido não estava surtindo efeito. O que posso dizer sobre esse período é que eu estava bêbado todos os finais de semana, atrasando contas, correndo riscos por deixar de tomar medicação por dias e misturá-las com álcool, vivendo cada dia como se fosse o último, ao pé da letra. Eu sinceramente acho tais atitudes um absurdo, mas sei que vai ter gente lendo isso e achar lindo! Enfim, cada um que faça o julgamento que achar melhor.
Enfim, como diz o ditado popular de um autor desconhecido, “Sempre há uma luz no fim do túnel”: em meados de 2010 refiz meus exames de rotina, até desanimado achando que mais uma vez ia dar tudo errado, mas meu problema de saúde estava sob controle, portanto eu estava fora de perigo. Só que aí apareceu um novo fator de “crise”: a dúvida entre tentar retomar o passado de onde tudo tinha parado, ou simplesmente seguir em frente. E foi bem aí que surgiu a ideia de criar o blog, pois nessa altura do campeonato minhas ideias bagunçaram de vez. Sinceramente, eu estava achando, até pegar nos exames e ver tudo “normal”, que eu não ia viver por muito tempo, e cachorro que é cachorro sempre se afasta de tudo e de todos antes de morrer... Acho que por isso estava curtindo a vida adoidado.
Durante o tempo em que estava postando no blog, eu permanecí com a dúvida do parágrafo acima, e esse período foi meio que de transição. E a partir de agora, irei à parte em que explico porque estou abandonando o blog. Relaxem que essa é a parte mais curta, pois é recente!
Eu não estou mais em crise. Óbvio, não? Mas a cura da crise tem uma causa, e essa causa tem nome, ou nomes:  Márcia Fernanda Arrais Rodrigues. E essa pessoa foi essencial na minha decisão por seguir em frente.
Enfim, gostaria de me despedir de você, que teve todo esse saco pra ler as minhas asneiras escritas no decorrer desse quase um ano, e deixar um grande “obrigado”, por ser meu ouvinte, seja oculto ou não. Eu realmente precisei desse blog, mas hoje em dia não preciso mais. Porém, ele continuará online, pois espero que eu sirva de exemplo para alguém, algum dia... Mesmo que eu sirva para ser um exemplo a NÃO ser seguido!

*10/11/2010 - + 26/10/2011

terça-feira, 28 de junho de 2011

Dinheiro

Um assunto que realmente me preocupa é a minha situação financeira. Afinal de contas, não moro em nenhum país socialista, se é que chegou a existir algum, de fato. Mas não gostaria de falar diretamente de dinheiro, e sim de realização profissional. Lembro que já cheguei a ter algumas discussões sobre a legalidade ou não do exame da OAB, com a finalidade de aprovar ou não o exercício da advocacia, e acabei por chegar em outra questão: a burocratização que a sociedade atual sofre para o preenchimento de vagas de empregos. Sendo um tanto mais específico, gostaria de citar as questões das cadeiras vistas como "desnecessárias" e comprovação de experiência, ítens vitais para a seleção no mercado de trabalho.
Eu, como um razoável autodidata e empreendedor autônomo em praticamente todos os meus empregos, me sinto seriamente injustiçado no sistema de seleção adotado pelo mercado atual. Como (quase) sempre trabalhei por conta própria, meio que não tenho como comprovar minha experiência. E nos empregos em que trabalhei para terceiros nunca tive carteira assinada. Portanto, como conclusão, não tenho como preparar uma boa proposta de "Perfil Profissional", pois não tenho nenhuma COMPROVAÇÃO de minhas habilidades. E o que vai sobrar pra mim? "O bagaço da laranja", na certa.
Pulando um pouco da área profissional para a área acadêmica, tenho outro protesto a fazer nesse texto: reclamar das cadeiras vistas como "desnecessárias" aos cursos universitários. Eu como frequentador de dois cursos, sei bem o que é isso, não só na área de Humanas, como na de Exatas. Pago matérias que nem sequer deveriam existir (concordo com a extinção da matéria de Metodologia, por exemplo: acho que todo aluno deveria ser orientado por todos os professores desde o início de seus cursos sobre normas). Nesse tópico que estou expondo agora, quero retomar a questão do exame da OAB, que ao meu ver é algo ridículo: como uma pessoa leva cerca de 5 anos para se formar, e ainda assim não pode ter o direito de exercer sua profissão? Porque que APENAS a OAB exige a aprovação em tal teste para a admissão de seus profissionais? Não seria função do mercado de trabalho selecionar seus profissionais?
Ops, voltei ao primeiro tópico. Mas quero esclarecer o meu pensamento, que creio eu deva estar um pouco misturado. Devo ressaltar que meu pensamento sobre a burocratização da seleção dos empregos deve ser banida, mas em parte. Resumindo meu pensamento, digo que existem empregos cujas habilidades só exigem talento, não títulos. E geralmente empresas perdem grandes profissionais apenas porque eles não tem participações em congressos, artigos publicados ou pós-graduações. 
Gostaria de deixar sugestões para a resolução do problema, pois eu sou chato e gosto de dar palpite em tudo: porque não revisar o sistema de cadeiras nas universidades? Muitas pessoas desistem de se formar em um curso superior por verem dificuldades em horários(muitos têm de trabalhar), tempo de curso, desânimo por verem que muitas coisas que estão estudando ali não vão servir pra muita coisa, etc. Um problema que vejo no meu curso da área de Exatas (Tecnologia em Geoprocessamento): muitas pessoas têm de trabalhar pra sustentar família. Existe uma participação de pessoas de mais de 30 anos acima da média na área de tecnólogos, e o motivo é que essas pessoas precisam de uma certa urgência para se formar. A segunda sugestão é a cobrança maior de fiscalização nos cursos superiores, pois se um universitário forma-se para exercer uma profissão, não se precisaria de mais exames admissionais, exceto na área de concursos ou de pessoas sem comprovação de títulos. O certo seria deixar o mercado de trabalho selecionar os profissionais mais competentes, só que pelo visto poucos saem capacitados depois de anos enfiados em uma faculdade/universidade.
Finalizando meu texto: o aprendizado na Escola da Vida não conta, mas ele é o que melhor seleciona. Astúcia, criatividade e ambição são coisas que você não aprende a ter dentro de salas de aula.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Saudações ao desgovernador - Manifesto contra o descaso com a UESPI (#SOSUESPI)

Saudações restritas,

Wilson Martins soube que você está fazendo da nossa UESPI um descaso. É notório, instigante e decepcionante. Um depósito de estudantes e professores sem estrutura, qualidade e atenção. Não se envergonha disso? Acredito que não. Suas atitudes mostram o contrário. Queria um papo mais aberto. Posso perguntar? 
Não sente vergonha de deixar os estudantes sem estrutura mínima para desenvolver as práticas que servirão ao nosso País?  Ao nosso PI, que você mora, explora e descaradamente DESGOVERNA?  Não sente vergonha não é mesmo? O problema começa no ensino básico e termina na Universidade. Pronto, o desgoverno faz o caminho completo. Início, meio e fim!
Constatando a precariedade dos fatos, os muros que rodeiam a UESPI parecem ser a sua única fonte de fortaleza. Tá seu Wilson, não tá zerado, mas está pouco. Vai, confessa!  R$ 4 mil é o mísero dinheiro investido por aluno na UESPI, enquanto em outras Universidades, como a UFPI são de 11 mil.
De onde vem, nós sabemos. Mas nós, jovens, alguns até seus eleitores e arrependidos votantes, queremos uma solução para a crível problemática que envolve toda a sociedade. A parcela jovem dela está clamando por socorro.
O seu governo, ou desgoverno como eu teimo em chamar, precisa assumir a sua responsabilidade com a UESPI junto à sociedade. Desenvolva e devolva aos alunos, servidores e professores a dignidade de poder ir, vir e permanecer em um lugar que ensine, valorize a ação crítica e a formação profissional! Solucione a formação e a vida de 18 MIL ALUNOS, distribuídos em 26 campi com 28 cursos, 1.400 professores, 257 servidores efetivos. Acho que terá muito trabalho.
E por último, até que menos importante, meus sinceros parabéns nessa data querida, jamais esquecida com muitos anos de vida. Desejo que tenha muita coragem para enfrentar os estudantes, muita argumentos para rebater as críticas, muito tempo para pensar em como solucionar os problemas e muita sorte em estar vivo até a próxima eleição, só pra ver a #SURRADEBUNDA da tua gestão.

Pede-se urgentemente:
* Mais verbas para a UESPI, já! Fim dos incentivos fiscais às faculdades do Sec. de Educação Átila Lira e demais tubarões do ensino no Piauí;
*Laboratórios funcionando com prestação de contas sobre atos administrativos e financeiros em linguagem clara e acessível;
*Equipamentos e apoio técnico especializado (servidores efetivos);
*Restaurante Universitário;
*Mais e melhores bolsas-trabalho;
*Entrega imediata da Biblioteca do Campus Torquato Neto e novas construções de novas unidades e devidamente equipadas.

 #SOSUESPI

P.s: 200 MILHÕES  é o orçamento que a UESPI necessita para sair desse CAOS.

Escrito por Rosseane Ribeiro(@RosesemJack no Twitter), acadêmica de Letras-Português da UESPI, e jornalista do site www.tvexibir.com

terça-feira, 26 de abril de 2011

Preciso de uma namorada.

Antes que comecem a pensar besteiras, isso não é um anúncio: é apenas uma constatação que tive, e o fato de eu estar postando isso não significa necessariamente que eu esteja atrás de uma namorada. Expliquei tudo ou deixei na dúvida? Espero que a segunda opção.
Depois de algumas conversas com pessoas próximas, e algumas reflexões, cheguei à essa conclusão, e levei em conta dois fatores que gostaria de expor.
Em primeiro, percebí que de uns tempos pra cá não ando respeitando muito os conceitos de moral e respeito da nossa sociedade: em síntese, não ando respeitando limites de amizade e parentesco.
Em segundo, e até mesmo complementando o primeiro, ando sendo bem egoísta, não me importando com as consequências que minhas ações podem causar na vida dos outros.
Andei dando em cima de pessoas consideradas como “proibidas” em meu círculo de amizades, andei dando em cima de pessoas comprometidas, não só com namorados mas também com amizades, andei falando de segredos que não deveria ter falado, e em algumas dessas vezes acabei por obter “sucesso”... Isso pode parecer algo não muito grave, se você levar em conta apenas o que estou escrevendo. Mas se você, caro(a) leitor(a), parar depois de ler esse texto e for dar uma refletida como eu fiz, pensando nas consequências que isso pode causar nas vidas das outras pessoas, talvez verá que é uma situação que pode vir a se agravar. E eu vim fazendo tudo isso porque assumo que em alguns momentos só penso em mim, não me importando com as consequências globais.
Então, apesar do título, o objetivo desse texto é pedir desculpas às pessoas que se sentiram ofendidas pelas minhas ações nos últimos dois anos, ou um pouco mais. Não irei colocar a culpa na bebida, ou na ausência de uma namorada, na carência, etc., pois quando bebo não fico burro, quando fico carente continuo pensando com a cabeça de cima, e a opção de ficar solteiro foi minha: o que ando fazendo é puro fruto de meu egoísmo.
Agora, se eu tivesse namorando, tenho certeza de que as coisas teriam sido diferentes.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Teresina: centro de referência em transp. coletivo!

Hoje meus problemas foram em relação aos transportes coletivos e à maravilhosa organização da UFPI, porém irei me ater principalmente ao primeiro, apesar de o segundo fazer parte do "efeito dominó" que teve como consequência mais uma daquelas dores de cabeça.

Bem, indo aos fatos: 8 e pouco da manhã, eu lá, todo bonitão, cheirosão, indo para o ponto de ônibus e tal, super "animado" (odeio acordar cedo, e 8h pra mim ainda é madrugada)... Passando por uma esquina, veio um ônibus e passa gentilmente por cima de uma poça d'água, encharcando "levemente" a minha calça do joelho para baixo. Mas, por incrível que pareça, até aí tudo bem.
Cheguei à UFPI inteiro, finalmente assistí à bendita aula, depois de uma semana do início das mesmas. Terminando, lá vou eu todo feliz pra encarar a humilde fila do almoço. Tempo de espera: 1h20min! Justo quando eu chego na reta final, quase azul de fome, a porra da comida inventa de acabar! Mas fazer o quê, né? Isso é o que dá querer pagar de intelectual e levar duas universidades nos peitos. Ou eu almoçava a qualquer custo e hora, ou então só iria ver comida no jantar.
Beleza, almocei. Mas o pior mesmo vem agora:

Em Teresina, inventaram uma tal de Lei Municipal nº 3946 de 16/12/2009, que "especifica o lay out determinando além da mesma tonalidade de verde, a logomarca da empresa, o número de identificação do veículo e a destinação das linhas em locais visíveis"(Fonte: Portal 45 Graus). E graças à essa bendita, eu passei mais de duas horas rodando feito barata tonta em 3 zonas da capital "super-gelada-com-frio-polar-ártico" que é Teresina. E tudo porque, o tal do LETREIRO que era pra facilitar a visibilidade do destino da linha, me confundiu pois não apresentava o destino por completo, e sim por partes*, como diria Fred Krueger.
Teresina já tem um histórico não muito recente em soluções mirabolantes para a questão dos transportes coletivos que só servem pra piorar o que já está ruim: começando pela centralização da venda de passes, creio eu que em 2002, cuja decisão eu critiquei veementemente(aos 15 anos eu já manjava mais de planejamento urbano que os babacas do SETUT**), não fui escutado, participei de uma manifestação de protesto e acabei "apreendido" em um camburão da PM por volta de uns 40 min. pra esfriar a cabeça.
Essa é a segunda vez que vou criticar a decisão dos "barões dos busões" de Teresina: essa porra não vai dar merda: já tá dando! Eu tiro pelo tanto de gente que ví nessa voltinha que dei, e que eu vía fazer careta pra enxergar o que tinha escrito no letreiro do destino, e por mim, que perdí as aulas da tarde toda, pois me atrasei. E daí se em outras capitais eles também estão aplicando isso? Se os cariocas também começarem todos a dar as suas respectivas bundas nós vamos ter de soltar nossos aros por aí? Nada contra os homossexuais passivos, nem contra os cariocas, mas eu tenho a opção de não querer queimar a rosca, assim como eles têm a opção de até torrar as deles, se possível. Agora, transporte coletivo é pra ser COLETIVO! Se nós não participamos de decisões como essas, nós não somos clientes: não passamos de "cargas" dentro dessas caixas com rodinhas.

* Pra quem não é de Teresina, ou não manja das rotas dos busões, aí vai a explanação:
Na UFPI passam duas linhas de ônibus parecidas nas descrições: UNIVERSIDADE / N. S. de FÁTIMA, que é feita pelo ônibus da empresa de nome EMTRACOL, que tem a cor verde desde sempre; e UNIVERSIDADE CIRCULAR 2, que é feita pela empresa PIAUIENSE, que normalmente tem seus ônibus na cor amarela. O ônibus que peguei era verde, mas era dessa nova frota. O ônibus era da empresa PIAUIENSE, mas aparecía apenas a palavra UNIVERSIDADE no letreiro, como normalmente aparece no ônibus da outra rota, que era a que eu queria. Tendeu?

** SETUT - Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo de Teresina

sexta-feira, 4 de março de 2011

Marcelo Rubens Paiva

Saindo da universidade, acendí um cigarro na frente do guarda da portaria, e ele me olhou com uma cara de "carinha mais insolente, acendendo um cigarro na minha frente" enquanto que eu olhei pra ele com uma cara de "se tá achando ruim, me coloca pra fora!". Não sei porque diabos ele fez isso, já que a universidade é um local público, e aberto. Odeio quando esse tipo de gente que acha que, por usar coturno e uma farda de agência de segurança, se acha o dono do mundo...

Então, indo pelas ruas do centro, com meu cigarro aceso, à caminho da parada e desviando das cocotinhas que faziam cara feia pra minha fragrância de Dunhill Carlton, caminhava pensando nas primeiras 20 e poucas páginas do livro "Feliz Ano Velho". Carinha bem fodido na vida você, hein, Marcelo? Mas sabe fazer alguém refletir sobre a vida que tem.

Um percurso que eu faço diariamente (e talvez isso tenha servido de artifício para me "cegar" diante da beleza noturna urbana, pois eu nunca tinha prestado atenção na iluminação das árvores na praça da Av. Frei Serafim, nos casais de jovens namorados, nos amigos reunidos felizes por terem saído do trabalho) me pareceu uma São Silvestre devido ao tempo que me pareceu ter passado para eu chegar no ponto de ônibus. Uma eternidade para 3 quarteirões! Mas isso era porque eu vinha pensando na história triste daquele cara de apenas 20 anos do livro, que em um momento tava pagando de Tio Patinhas, e no outro estava plantado em uma maca de UTI. Isso mexe com o juízo de qualquer um, principalmente com o de um cara que foi parar em um hospital inconsciente duas vezes em dois meses sem sequer saber o que tinha acontecido na última meia-hora de sua vida.

Chegando no ponto, encosto-me em um corrimão sujo de chiclete, que um maldito filho da puta de estudante de Ens. Médio provavelmente colocou. Felizmente foi na minha mão que o maldito grudou, e não na calça. Olho pra baixo e vejo um gatinho metido à machão, marcando território nos sacos de lixo, e que só não marcou em mim por que quase levou um bico do Sr. Timberland. Tinha em mente passar na academia pra visitar o pessoal do judô, fazer a social com o sensei, rever os amigos... Mas para a minha salvação, perdí o ônibus. Depois pensei que não seria boa ideia ter ido, pois eu estaria ferrado com o professor por causa do cheiro de cigarro. No mais, tudo normal, como numa noite normal: pego outro ônibus, duas gatinhas nele, uma delas me fitando; um louco, ou bêbado, ou louco-bêbado-gritante-irritante também sobe, mas para minha felicidade e a dele ele decide ficar na frente.
Tudo aconteceu normal, como todo dia acontece... Mas a minha cabeça já não era mais a mesma: eu vinha ligado, prestando atenção à tudo, tanto para detalhes interessantes como a loira de roupa azul, rabo de cavalo e cordãozinho de prata que tentava me olhar mas não conseguía porque eu estava atrás dela, como para coisas consideradas insignificantes como o farol de um Gol G4 desregulado refletindo no asfalto, e à uma carreta no prego em plena BR-316.

Enfim, chegou a minha parada, como sempre. Não matei o louco-bêbado-gritante-irritante, e nem catei a loirinha. Mas descí diferente, mais disposto a dar valor aos pequenos detalhes de minha vida, mais disposto a dar valor à minha vida. Não quero morrer com aquela vontade de achar que podia ter vivido mais, e melhor: isso eu sempre fiz, e agora é que vou dar mais valor à isso.

Cheguei mais uma vez vivo em casa, e resolví despejar essa minha experiência aqui pra vocês, e inclusive uma frase bem interessante que me passou pela cabeça: a vida de qualquer um pode se tornar um livro, por mais que a pessoa ache a sua um porre; o segredo é saber extrair isso de sí.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Concepções a respeito da vida (ou morte).

Engraçado como a nossa concepção a respeito da vida muda no decorrer do tempo: a gente cresce achando que vai viver até ficar velhinho, mas quando vira adulto vemos que as coisas não são exatamente dessa forma. A nossa concepção sim, pois enquanto não amadurecemos a gente vive fantasiando coisas ou aceitando as fantasias que nos pregam; o ponto de amadurecimento quanto à essa ideia aparece a partir do ponto em que você vê que passou a vida inteira sendo enganado pelo que acreditava. Tudo sempre funcionou de um jeito que nunca mudou: só que geralmente não queremos enxergar, e a pior parte é que não podemos mudar.
Pessoas mais jovens que você ficam internadas ou morrem de AVC, pessoas que num dia estão sadias morrem de um ataque fulminante, e assistindo a tudo isso você fica lá, esperando o dia da sua morte. Afinal, atualmente velhice não é mais critério para óbito.
É por essas e outras que eu sempre digo, sem arrependimentos: viva a sua vida, mas um dia de cada vez. Não adianta você passar a vida inteira fazendo planos para 20 anos depois, sendo que você nem sabe se vai acordar no dia seguinte.
E isso não é revolta minha: é fato comprovado. E isso é tão irônico que chega a ser triste.
*Gostaria de oferecer esse texto à quatro pessoas: ao meu padrinho e tio, "Deusinho", que faleceu ontem (foi uma HONRA ser seu sobrinho e afilhado); a um grande professor que faleceu a poucos dias (Mendes); ao meu amigo Felipe, atualmente internado por causa de um AVC (melhoras, Chulipa: eu tenho a saúde mais fodida que a sua e estou vivo, então tô te esperando pra gente bater uma bolinha); e a um velho jovem amigo que se foi há poucos anos, "Nilçu".

**Acrecentando mais um na homenagem, o que infelizmente não é boa coisa: Vitor Marchel, falecido hoje(14/02): descanse em paz.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Reverência ao Destino

Bem, pessoas... Revirando a bagunça que ERA o meu quarto, já que fiz o favor de arrumar tudo em seus devidos lugares e descartar todas as 3 sacolas imensas de LIXO, tanto material quanto intelectual, acabei por achar uma folhinha antiga, amarelada, toda roída por traças, datada de 10 de Novembro de 2005, e que nela estava escrito o poema Reverência ao Destino, de origem duvidosa. Muitos alegam que esse texto é de Carlos Drummond de Andrade, porém pesquisas feitas pela poetisa Rosângela Aliberti, de Atibaia/SP, comprovam o contrário. Mas a origem duvidosa do texto não tira a beleza do mesmo:


"Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem sua opinião.
Difícil é expressar por atitudes e gestos o que realmente queremos dizer, o quanto queremos dizer, antes que a pessoa se vá.
Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias.
Difícil é encontrar e refletir sobre os seus erros, ou tentar fazer diferente algo que já fez muito errado.
Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir.

Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso. E com confiança no que diz.
Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre esta situação.
Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer. Ou ter coragem pra fazer.
Fácil é demostrar raiva e impaciência quando algo o deixa irritado.

Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece, te respeita e te entende. E é assim que perdemos pessoas especiais.
Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar.
Difícil é mentir para o nosso coração.
Fácil é ver o que queremos enxergar.
Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto. Admitir que nos deixamos levar, mais uma vez, isso é difícil.
Fácil é dizer ” oi " ou ” como vai ? "
Difícil é dizer "adeus". Principalmente quando somos culpados pela partida de alguém de nossas vidas...
Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados.
Difícil é sentir a energia que é transmitida. Aquela que toma conta do corpo, como uma corrente elétrica, quando tocamos a pessoa certa.

Fácil é querer ser amado.
Difícil é amar completamente só. Amar de verdade, sem ter medo de viver, sem ter medo do depois. Amar e se entregar. E aprender a dar valor somente a quem te ama.
Fácil é ouvir a música que toca.
Difícil é ouvir a sua consciência. Acenando o tempo todo, mostrando nossas escolhas erradas.
Fácil é ditar regras.
Difícil é seguí-las. Ter a noção exata de nossas próprias vidas, ao invés de ter noção das vidas dos outros.
Fácil é perguntar o que se deseja saber.
Difícil é estar preparado para escutar esta resposta. Ou querer entender a resposta.
Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade.
Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar de rir, de alegria.
Fácil é dar um beijo.
Difícil é entregar a alma. Sinceramente, por inteiro.
Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida.
Difícil é entender que somente uma vai te aceitar como você é e te fazer feliz por inteiro.
Fácil é ocupar um lugar na caderneta telefônica.
Difícil é ocupar o coração de alguém. Saber que se é realmente amado.
Fácil é sonhar todas as noites.
Difícil é lutar por um sonho."

E para finalizar, um último dizer, esse sim de Carlos Drummond de Andrade:

"Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata."(Poesia "Eterno", Livro "Fazendeiro do Ar")

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Em resposta aos que perguntaram o porquê do meu sumiço.

Por questão de abstinência de notebook e internet não andei postando nesses últimos tempos. Não, não foi por isso: criei um blog apenas para "desabafar" quando necessário. Se eu precisasse ficar fazendo texto todo dia estaria pagando de jornalista em algum lugar, pois sou um péssimo escritor.


Tá, foram as duas coisas: passei o últimos dois meses jogando inspiração para os porcos e as galinhas, e queimando qualquer oração interessante com as labaredas de um maçarico. Porém agora estou sem inspiração e não irei escrever porra nenhuma.


Passar bem.